Pauline Ayyad: viúva ajudando viúvas
Seis anos se passaram desde a morte de Rami Ayyad, gerente de uma livraria cristã de Gaza. Embora a viúva Pauline ainda sinta sua falta todos os dias, ela encontrou esperança no chamado que recebeu de Deus: liderar um grupo de apoio a viúvas. "Desde o primeiro momento em que nos encontramos, foi como se nos conhecêssemos há anos", compartilha Pauline, em sua casa na Cisjordânia. "Podemos contar umas com as outras: ninguém conhece a dor de uma viúva a menos que seja uma." O grupo é composto por seis viúvas, cada uma com sua própria história. Deus falou ao coração de Pauline sobre essas mulheres no Natal passado, e no início deste ano ela deu início aos encontros de apoio. Pauline fala sobre as viúvas da Bíblia e elas conversam e oram juntas.
Um dos temas discutidos por elas é a sua preocupação com os filhos. As crianças de Pauline assistem a desenhos animados enquanto a mãe está conversando. George, o mais velho, tem agora 8 anos, Wisam tem 7 e a menina Sama apenas 5; ela não conheceu o pai. Pauline admite que não é fácil criar três filhos sozinha: "Dar atenção suficiente para todos eles suga toda minha energia", diz. Os meninos estão tendo dificuldades nos estudos e mudaram de escola algumas vezes. A maior esperança de Pauline para os seus filhos é que eles permaneçam perto do Senhor e que vivam uma vida de amor. "Ainda não contei a eles o que aconteceu com o pai".
Pauline visita as viúvas durante a semana, só para estar com elas e orarem juntas. Ela nota que cada mulher processa sua perda de forma diferente: "Algumas mulheres não sentem necessidade de buscar a ajuda de Deus; outras têm fome de sua Palavra." A tarefa que o Senhor lhe deu não é fácil, confessa Pauline. Algumas mulheres estão realmente presas ao luto e parecem não conseguir sair. Pois isso, ela busca forças no Senhor: "Eu oro para que Deus me dê sabedoria em como falar com elas." Muitas pessoas lhe perguntam como consegue fazer isso por outras mulheres depois de tudo o que ela passou. "É o amor de Deus", ela responde. "Deus colocou em meu coração que deveria servi-lo desta maneira."
O que aconteceu com Rami Ayyad?
No dia 7 de outubro de 2007, uma manhã de domingo, a pequena comunidade cristã de Gaza entrou em estado de choque. Rami Ayyad, na época com 30 anos, gerente da livraria da Sociedade Bíblica em Gaza, foi encontrado morto. Sexta-feira, 5 de outubro, Rami percebeu que estava sendo seguido por um carro sem placa. Sábado à tarde ele desapareceu, ficando claro que havia sido sequestrado.
A mãe de Rami, Anisa, disse que seu filho havia telefonado para a família depois de ter sido raptado. "Ele disse que ia ficar com as ‘pessoas’ por mais duas horas, e que se [depois desse tempo] ele não voltasse, ficaria um longo tempo sem retornar", disse ela. Na manhã de domingo, o seu corpo foi encontrado. Ele havia sido torturado. Em sua cabeça, estava bastante visível um ferimento à bala. Um funcionário do hospital Shifa de Gaza disse que Rami também havia sido esfaqueado. Ele e a livraria vinham recebendo ameaças por causa de suas atividades religiosas.
Rami deixou uma esposa, Pauline, e dois meninos pequenos: George (2 anos na época) e Wisam (9 meses na época). Na ocasião, Pauline estava grávida de cinco meses e, em fevereiro de 2008, deu à luz sua filha Sama. Depois do incidente, Pauline e seus filhos saíram de Gaza por causa da violência. No entanto, os parentes de Pauline ainda vivem lá e ela não pode vê-los. Os parentes de Rami, juntamente com Pauline e os filhos, mudaram-se para a Cisjordânia, onde vivem hoje, na cidade palestina Belém. Pauline está trabalhando com o ministério da cultura em diferentes projetos.
As crianças estão se adaptando bem, mas ainda enfrentam alguns desafios. É difícil para Pauline estar distante de seus parentes e irmãos em Cristo que vivem em Gaza. Apesar disso, a família do falecido marido está com ela e eles podem contar com seus vizinhos também. Por trabalhar fora de casa, ela deixa os filhos em uma creche. Criar seus três filhos superativos sozinha é uma missão complicada. Você pode confortar o coração de Pauline Ayyad. Até o dia 12/08, escreva uma carta para Pauline e seus filhos.
Ore por Pauline:
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Ore para que Deus abençoe o trabalho que ela está fazendo com as viúvas: que ela possa receber força, amor e sabedoria para ajudar essas mulheres.
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Peça ao Senhor para que ela possa receber força para continuar sua jornada; peça por sabedoria para criar seus filhos.
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Ore pelo documento de identidade palestino de Pauline: após cinco anos na Cisjordânia, ela ainda não o obteve. Isso significa que ela não pôde sair de sua cidade nos últimos anos.
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Interceda pelos filhos de Pauline: que quando crescerem, permaneçam servindo o Senhor.
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Ore pelas viúvas que Pauline está ajudando: peça para que Deus esteja perto delas e ajude aquelas que estão presas em seu luto.