Dois pastores são mortos em Mombasa, Quênia
No dia seguinte, agressores desconhecidos também mataram o pastor Ibrahim Kithaka da Igreja Pentecostal Kilifi, da África Oriental. Seu corpo foi encontrado em um matagal. Dois rapazes que o acompanhavam estão desaparecidos. Sua moto foi encontrada a poucos metros de seu corpo.
Os crimes ocorreram um mês após o ataque terrorista de Westgate. Poucos dias depois, o radical islâmico Ibrahim Ismail também foi morto por pessoas desconhecidas. Desordeiros que protestavam contra o assassinato de Ismail incendiaram a Igreja do Exército da Salvação em Majengo. Após isso, a tensão permaneceu alta mesmo quando os líderes da igreja pediram ao governo para garantir a sua segurança.
"Todos os líderes da igreja já haviam recebido mensagens de texto ameaçadoras, mas elas aumentaram desde que o radical foi morto", disse um pastor local à Portas Abertas. "As mensagens de texto de um número desconhecido diziam: ‘Esteja preparado, estamos indo atrás de você.’ Nós comunicamos isto à polícia, mas nenhuma prisão foi feita."
"Duas semanas atrás, houve um debate a céu aberto aqui perto, onde os líderes muçulmanos incitaram a juventude local contra os cristãos. Eles também nos maltrataram. Nós relatamos ao OCPD (Comandante da Divisão de Polícia – sigla em inglês), que prometeu acabar com a reunião, mas não o fez", relatou outro líder.
"Nós também ouvimos [rumores] de que [extremistas] tinham como alvo destruir cinco igrejas específicas. Nós não sabemos quais são as igrejas, mas nós informamos a polícia sobre isso também."
O Fórum de Pastores da Igreja em Mombasa emitiu um comunicado esta segunda-feira (28), protestando contra a morte de dois pastores e exortou o governo a intensificar a segurança.
"O Fórum da Igreja em Mombasa afirma categoricamente que nenhum ataque contra cristãos ou líderes da igreja vai nos impedir de adorar a Deus, nem limitar nossa liberdade de religião. Aos autores desses ataques hediondos, informamos que não vamos ser intimidados e continuaremos a louvar ao Senhor em nossas igrejas", disse o bispo Wilfred Lai, presidente do Fórum da Igreja em Mombasa.
Questionado sobre como as igrejas locais e seus líderes estão lidando com a situação, um colaborador da Portas Abertas disse: "Estamos tristes [sobre as mortes], mas continuamos fortes. Deus é o nosso refúgio. Ninguém pode fugir da morte. Eu só posso descansar na certeza de que Deus vai me proteger e à minha família."
Ele continuou: "O mais triste de tudo é que coisas como essas afetam a frequência à igreja e reduzem o número de membros da congregação. Mas eles também são muito desconfiados de qualquer pessoa nova que vem à igreja, e não são tão acolhedores quanto antes. É natural, temerem por suas vidas."
"Ore pela proteção de Deus. Ore também por encorajamento para os pastores, pois o stress e a preocupação são motivos suficientes para provocar a saída de missionários da área. É interessante que, apesar de tudo o que está acontecendo, eu não tenho medo! Mas se há um momento em que os líderes da igreja e os missionários são testados, é agora. É neste momento de constante questionamento, se seremos os próximos a ser mortos, que a nossa vocação é realmente testada. Que Deus dê a todos os cristãos quenianos mais força e graça! Precisamos disso”, concluiu.